quarta-feira, 6 de agosto de 2014

30 anos, cruzando a Ipiranga com avenida São João.

Nunca tinha ido em São Paulo, na Capital, o máximo de São Paulo que conheci nestes 30 anos de minha vida, foi o terminal Tietê, sempre de passagem para o interior. Mas no dia 25 desde mês, no terminal Tietê, ao invés de correr pelas escadas em busco próximo guichê, peguei o trem.
Não íamos para Bauru, já estava decidido, e apesar de meu noivo ( nunca me acostumo com isso, nem com a aliança no dedo) ter ficado muito triste por perder o casamento de um dos seus melhores amigos, ir até Bauru, ficaria muito caro, e no momento não estávamos podendo arcar com uma despesa dessas.
Meu namorado, ops, noivo, acabou de defender o doutorado, e esta procurando trabalho, não ele não quer seguir e carreira acadêmica, e não, não quer ser professor universitário, depois de alguns emails enviados, mensagens trocadas, surgiu uma entrevista em São Paulo, sim, na capital. Ainda prevalecia, a ordem de que não podemos gastar, ele iria de onibus na quarta, a entrevista era na quinta, e voltaria na quinta noite mesmo.
Meu noivo (namorado, quase marido), deixou para comprar a passagem na quarta, coisa inédita, ele é do tipo que se viaja na sexta, vai comprar a passagem na segunda feira, senão no domingo ( mas ele é assim, somente nas questões referentes a viagens, para todo resto, ele deixa tudo pra ultima hora, o que me deixa num estado nervos louco), não tinha mais passagens para São Paulo na quarta feira. Por um minuto pensei que ele ia surtar, ficamos lá parados pensando no que fazer, até que ele teve a ideia de alugar um carro, da ideia de alugar um carro, acabamos no carro do pai dele, com um gps em mãos, um mapa do google na outra, na mala roupas de festa, e #partiusãopaulo e depois #partiubaurucasamento.
Conhecer São Paulo, fazer 30 anos, tudo isso de uma vez, num fim de semana, alguma coisa aconteceu no meu coração, e foi bem antes de cruzar a Ipiranga com a Avenida São João.
São Paulo, é uma cidade fria, apressada, que aparenta não ter coração, as pessoas passam por você, como se você não estivesse no caminho, sabe aquele cumplicidade no olhar de alguém que esta na mesma situação que você (correndo para pegar o metrô), não existe, na verdade existe competição no olhar, daquela do tipo, vou passar na sua frente te dar uma rasteira e ainda sentar no seu lugar no trem. Senti um desespero, e me disseram, se você vier para cá, você se acostuma com essa correria, escutei isso e me lembrei daquela máxima, de como nos acostumamos a tudo, até com que é ruim e faz mal.
Fiz 30 anos no sábado da mesma semana, já em Bauru, e pela primeira vez, me dei conta de que sim, me importo com meu aniversário, passei 29 anos achando que não me importava, mas nunca tinha passado um aniversário sequer longe de casa, e justo nos 30, os tão caóticos 30, eu estava tão longe, sendo somente meu namorado a rosto conhecido, foi um dia frio e chuvoso, e era dia 26 de julho, mas não era meu aniversário, não parecia, nem de longe.
A noite foi uma verdadeira festa, mas ainda sim não era meu aniversário, era um casamento, um belo casamento, não meu aniversário.
Meus 30 anos na verdade, chegaram no dia 29 de julho, (e não rotineiramente no dia 26 como vem sendo durante 29 anos) com uma festa surpresa (realmente de surpresa, não sabia de nada mesmo, justo eu, que como disse meu namorado, sou a descobridoras de festas surpresa)com rostos sorridentes e conhecidos, uma caneca linda em mãos, finalmente completei 30 anos.

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